Disseram que ia chover naquele domingo.Também teve gente dizendo que não ia comparecer, mas ânimos imbuídos de muito pensamento positivo fizeram com que todas as notícias não se confirmassem, oba! Tá certo, o dia não estava radiante, mas o ventinho trazia bons fluidos e o céu, ainda que nublado, deixou até passar um solzinho tímido para nos dar garantia de um dia excelente para o nosso encontro. Êta São Pedro maneiro...
E assim fomos chegando, as toalhas se estendendo, guloseimas se espalhando pelo xadrez, falatório aumentando, encontros... em poucos minutos já éramos donos daquele pedaço debaixo daquela árvore; nossa, há quanto tempo...
Eu gosto de família fora do porta-retrato, sabe!!? Gosto de juntar tudo, misturar, dar risada, contar e ouvir causos. Gosto de juntar as diferenças, observar distinções, ver como tudo se encaixa e todos, cada um com a sua medida, se entendem. Vidas são atualizadas porque o dia a dia muitas vezes distancia. Tipos habitualmente menos interativos se soltam e se revelam.Outros tipos se confirmam e isso pode ser bom ou não, mas juntar é isso mesmo: um exercício de convivência e sobretudo respeito.
As afinidades perenes são logo percebidas, outras começam a surgir daquele encontro, e outras podem até se desfazer porque a vida não pára e nada é para sempre... De perto, todo mundo é normal, mas algumas coisas passam por uma lente de aumento que pode trazer mudanças benéficas ou avassaladoras. Ainda assim, juntar é bom, e nosso dia foi perfeito de gostoso. As crianças subiram nas árvores como miquinhos felizes, brincaram na água do mar sem roupa de banho num delicioso improviso, puseram os pezinhos na terra e correram atrás das pombinhas. Os mais velhos deitaram-se nas cangas num relaxamento gostoso, esticaram-se em cadeiras de praia, bebidinhas e papinhos animados bem à mão.
Não faltaram, é claro, as piadas, as zoações e as palhaçadas. Inspiramos, com certeza, muitas pessoas que passaram por nós. Ensinamos nossas crianças que família é tudo e que é muito bom ficar junto dela. Crescendo assim elas saberão passar pra frente esses bons valores.
O dia passou rápido, a comida foi muita, exageramos na dose! Hora de ir embora e o vuvo-vuco da "desarrumação" também foi parte divertida, e o tempo, agora sim, querendo mudar e anunciando chuva pra daqui a pouquinho. Alimentos distribuídos, guardados, toalhas dobradas, cadeiras e cangas recolhidas.
E lá fomos nós rumo ao estacionamento guardar toda aquela tralha em nossos porta-malas, momentos felizes em nossos corações e lembranças, e depois...correr pra casa antes que a água caísse. E não é que tudo se encaixou no tempo certo? Assisti e curti aquela chuvarada já da poltrona da sala, sorrindo de contente porque nosso dia tinha sido muito bom. Valeu, São Pedro!
Pedidos e promessas de um piquenique 2 já acontecem e já tem gente da família que mora longe querendo comparecer ao próximo. Quanto mais família, melhor. Eu abraço a idéia, porque se tem uma coisa que eu adoooooro é juntar gente, principalmente gente que me faz feliz.
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
O escuro às vezes ilumina...
O que eu vou dizer é mais do que lógico, mas caraca!, tudo é muito bom quando funciona, não é mesmo? Carro quando enguiça é uma merda, máquina de lavar roupas me desespera quando dá pití, a água quando falta promove um atraso na vida geral. A luz também, se bem que ainda acho menos pior que a falta d’água, porque na ausência da energia a gente acaba obrigado a ficar longe do computador, da tv e e de outros eletroviciantes que mandam e desmandam na vida de uma grande maioria de pessoas. Daí a gente procura um livro (se for à noite, com vela), vai pra janela ver o movimento na rua, presta atenção na agitação dos carros e pedestres e, de repente, todos da casa estão sentados no sofá à espera da luz, e assim acaba acontecendo uma reunião da família onde assuntos são colocados em dia e...nossa!, que gostoso uma noite assim diferente!!!
No último longo blackout que o Rio viveu, aconteceu exatamente assim aqui em casa. Fazia muito calor e, sem poder apelar para os ventiladores, escancaramos o janelão da sala, nos espalhamos nos sofás e começamos a papear, sem pressa, sem compromisso, sem relógio. Nem me lembro se acabamos indo pra cama ainda sem luz ou se ela voltou em algum momento; o fato é que foi uma noite tão gostosa e desigual de qualquer outra, de risadas e causos contados, que meu filho, no dia seguinte, nos sugeriu fazer uma “noite de blackout” a cada mês, onde desligaríamos todos os aparelhos da casa, apagaríamos as luzes, acenderíamos velas e ficaríamos conversando no sofá acho que...como antigamente, quando nenhum aparelho desses existia para nos afastar uns dos outros dentro de uma mesma casa!
No subúrbio me parece que ainda existe o hábito de algumas famílias se reunirem para uma conversa no portão de casa, pra onde levam suas cadeiras e ali se põem a jogar conversa fora ...
Bem, vou confessar que estou sem internet há algumas horas; terminei um trabalho manual, recebi uma colega querida aqui em casa, lanchamos juntas e agora que ela se foi e eu já fiz tudo que pensei ter pra fazer, começo a ficar chateada porque não posso colocar minha vida online em dia. Tudo bem que não fico doente por causa disso e logo acho o que movimentar, mas que fica faltando alguma coisa no dia de hoje, claro que fica!
Não sou por uma posição radical. Gosto das máquinas, elas nos auxiliam sobremaneira, mas não podem nos dominar. Que funcionem sempre que precisarmos, que nos ensinem, nos divirtam, nos informem, nos ajudem. Mas que não nos enfraqueçam, nos ceguem ou paralizem a ponto de precisarmos marcar na agenda a tal “noite de blackout” para que possamos nos reunir no sofá da sala com nossos filhos, maridos e esposas apenas para olharmos uns para os outros com um pouquinho mais de atenção!!!
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