O que eu vou dizer é mais do que lógico, mas caraca!, tudo é muito bom quando funciona, não é mesmo? Carro quando enguiça é uma merda, máquina de lavar roupas me desespera quando dá pití, a água quando falta promove um atraso na vida geral. A luz também, se bem que ainda acho menos pior que a falta d’água, porque na ausência da energia a gente acaba obrigado a ficar longe do computador, da tv e e de outros eletroviciantes que mandam e desmandam na vida de uma grande maioria de pessoas. Daí a gente procura um livro (se for à noite, com vela), vai pra janela ver o movimento na rua, presta atenção na agitação dos carros e pedestres e, de repente, todos da casa estão sentados no sofá à espera da luz, e assim acaba acontecendo uma reunião da família onde assuntos são colocados em dia e...nossa!, que gostoso uma noite assim diferente!!!
No último longo blackout que o Rio viveu, aconteceu exatamente assim aqui em casa. Fazia muito calor e, sem poder apelar para os ventiladores, escancaramos o janelão da sala, nos espalhamos nos sofás e começamos a papear, sem pressa, sem compromisso, sem relógio. Nem me lembro se acabamos indo pra cama ainda sem luz ou se ela voltou em algum momento; o fato é que foi uma noite tão gostosa e desigual de qualquer outra, de risadas e causos contados, que meu filho, no dia seguinte, nos sugeriu fazer uma “noite de blackout” a cada mês, onde desligaríamos todos os aparelhos da casa, apagaríamos as luzes, acenderíamos velas e ficaríamos conversando no sofá acho que...como antigamente, quando nenhum aparelho desses existia para nos afastar uns dos outros dentro de uma mesma casa!
No subúrbio me parece que ainda existe o hábito de algumas famílias se reunirem para uma conversa no portão de casa, pra onde levam suas cadeiras e ali se põem a jogar conversa fora ...
Bem, vou confessar que estou sem internet há algumas horas; terminei um trabalho manual, recebi uma colega querida aqui em casa, lanchamos juntas e agora que ela se foi e eu já fiz tudo que pensei ter pra fazer, começo a ficar chateada porque não posso colocar minha vida online em dia. Tudo bem que não fico doente por causa disso e logo acho o que movimentar, mas que fica faltando alguma coisa no dia de hoje, claro que fica!
Não sou por uma posição radical. Gosto das máquinas, elas nos auxiliam sobremaneira, mas não podem nos dominar. Que funcionem sempre que precisarmos, que nos ensinem, nos divirtam, nos informem, nos ajudem. Mas que não nos enfraqueçam, nos ceguem ou paralizem a ponto de precisarmos marcar na agenda a tal “noite de blackout” para que possamos nos reunir no sofá da sala com nossos filhos, maridos e esposas apenas para olharmos uns para os outros com um pouquinho mais de atenção!!!
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