Foi acabar de me declarar em paz comigo mesma, o que não é uma inverdade, e hoje estou aqui tão vulnerável, chorosa, tão esvaziada.
Dia das mães. Eu sentindo uma falta imensa da minha, vontade de deitar no colo, daquele cafuné delicioso e sem pressa no cabelo, simplesmente estar ao lado, com, e para ela. Ser dela. Sermos nós como éramos.
Acordei engasgada, chorando cada minuto, cada palavra ouvida, cada palavra que me poderiam ter dito, cada gesto não completado, cada pedaço vazio que não consigo/conseguem preencher dentro de mim.
É, de verdade eu ando carente. A toda-toda precisa de afagos, atenção, mimos, delicadezas, coisinhas, senão muito, quase inexistentes numa casa povoada por 3 homens e apenas eu. A mulherzinha que não tem onde colocar lacinhos, nem ter o seu esmalte dividido ou sua maquiagem emprestada, precisa de colo. Essa Penélope aqui precisa de algum tom cor de rosa. Querem me matizar cinza... Lilás, tons pastéis, bolinhas, lacinhos, toques de sensibilidade, pinceladas de alma feminina. Que ao menos me permitam ser. Que não me direcionem deboches, desatenção. Que me compreendam, que me deixem querer, precisar, chorar ao não receber o que preciso.
Que me deixem sonhar, que não me acordem com sobressaltos dos meus sonhos e necessidades mais femininas. A ambulância um dia também precisa de cuidados, manutenção, oxigênio, soro, socorro básico para garantir algum fôlego a mais. Precisa chegar ao hospital com alguma chance, uma sobrevida que valha a pena. Ela pede por uma viagem de esperança. Ela não pode parar por falta de combustível.
Hoje eu já chorei várias vêzes. Porque me lembrei, porque não encontrei, porque talvez nem sei. Mas vou me levantar e sair rebolando.. Preciso não me esquecer o quanto me completo comigo mesma. O quanto eu me faço feliz, o quanto eu sou rosa, lilás, bolinhas e lacinhos, ainda que me queiram pintar de outra cor.
A Penélope vai se manter de pé, de rosa e poderosa. A ambulância tem vontade, agora, de só pensar em cuidar dos casos mais extremos. Os outros que se curem com um bom merthiolate, que aliás nem arde mais!
Cinquentando...
Reflexões, casos e acasos de uma garota que acabou passando dos 50.
domingo, 13 de maio de 2012
terça-feira, 8 de maio de 2012
Querido blog...
...verdade, andei ausente daqui.
Tenho andado às descobertas, procurando, encontrando..., gostando, sabia? Momentos incríveis eu tenho passado comigo mesma. Fui procurar formas e ajuda para levantar o véu que me cobria para enxergar mais claro, olhar pra dentro e bem profundo, tentando entender, me reencontrar, me assumir, afinal onde andava eu, tão sumida, abafada, mas tão querida, tão amada?
E eu estava lá, eu estou lá!!, mas agora querendo aparecer, alcançar a superfície, respirar sem medo ou artifícios, cheia de coragem e confiança, com uma super vontade de cair na estrada, agora com outras bagagens ou levando apenas o que vale a pena!
Estou começando a me ouvir com mais atenção e mais carinho. Tenho tanta coisa boa pra me dizer, tanta coisa com que rir comigo, chorar também, por que não?, me elogiar, levantar meu ego, caramba, quem mais poderá fazer isso por mim melhor do que eu? Meus pensamentos andam chegando mais suaves porém mais decididos, corajosos, tomados da mais forte crença de que eu sou, eu quero, eu posso, eu vou! Ninguém precisa mais de mim senão eu, que sou a minha mais fiel e verdadeira companhia, meu amor, minha história.
Ando percebendo muita coisa, achando sentimentos tão escondidos, tão velados, tão deixados pra lá...
Tem sido incrível a paz que ando sentindo e o prazer que tenho tido nesses novos passos, nessa nova viagem que comecei a fazer e que sei que está me levando para um lugar mais feliz, de maior amplitude e conhecimento.
Eu andei sumida, mas estou de volta. Mais tranquila, mais suave, mais contente.
Que prazer me conhecer!
Tenho andado às descobertas, procurando, encontrando..., gostando, sabia? Momentos incríveis eu tenho passado comigo mesma. Fui procurar formas e ajuda para levantar o véu que me cobria para enxergar mais claro, olhar pra dentro e bem profundo, tentando entender, me reencontrar, me assumir, afinal onde andava eu, tão sumida, abafada, mas tão querida, tão amada?
E eu estava lá, eu estou lá!!, mas agora querendo aparecer, alcançar a superfície, respirar sem medo ou artifícios, cheia de coragem e confiança, com uma super vontade de cair na estrada, agora com outras bagagens ou levando apenas o que vale a pena!
Estou começando a me ouvir com mais atenção e mais carinho. Tenho tanta coisa boa pra me dizer, tanta coisa com que rir comigo, chorar também, por que não?, me elogiar, levantar meu ego, caramba, quem mais poderá fazer isso por mim melhor do que eu? Meus pensamentos andam chegando mais suaves porém mais decididos, corajosos, tomados da mais forte crença de que eu sou, eu quero, eu posso, eu vou! Ninguém precisa mais de mim senão eu, que sou a minha mais fiel e verdadeira companhia, meu amor, minha história.
Ando percebendo muita coisa, achando sentimentos tão escondidos, tão velados, tão deixados pra lá...
Tem sido incrível a paz que ando sentindo e o prazer que tenho tido nesses novos passos, nessa nova viagem que comecei a fazer e que sei que está me levando para um lugar mais feliz, de maior amplitude e conhecimento.
Eu andei sumida, mas estou de volta. Mais tranquila, mais suave, mais contente.
Que prazer me conhecer!
domingo, 4 de março de 2012
Como entender?
Viver é, no mínimo, engraçado. De criança vivenciamos e ouvimos coisas que hoje, se seguidas à risca, seriam, no minimo 'politicamente' incorretas.
Não sou muito de memórias por demais passadas, pouco me lembro da minha infância senão flashes, mas algumas coisas, virou-mexeu, vêm à minha tela mental e quase me fazem ter o mesmo sentimento vivido naquele dia lá atrás.
Um fato em especial eu nunca esqueci porque sou libriana, e injustiças não me agradam nem um pouquinho: brincando na área livre atrás da casa de meus avós, onde roupas branquíssimas pegavam sol penduradas na corda, meu primo e eu corríamos entre as roupas segurando um daqueles lápis que, se você molhasse na língua, soltava uma tinta azul bem forte, que era legal para desenhar ou mesmo escrever. Não sei que diabos nos levou a correr entre aquelas camisas brancas com as mãos no alto da cabeça, segurando os ditos lápis. Só sei que numa dessas o lápis da mão do meu primo esbarrou numa daquelas camisas, o que me fêz entrar em pânico e me congelar no mesmo instante. Ele me acusou, me atribuindo a culpa pelo incidente. De dentro de casa veio minha tia, que aceitou a versão dele e ficou muito chateada com o acontecido, ainda mais que a camisa era do namorado dela. Resumindo : eu, congelada por muito tempo, não consegui me defender daquela injustiça cometida contra mim e fiquei arrasada, me sentindo aquela mosquinha que pousa no cocô do cavalo. Papai e mamãe estavam viajando pra fora, e esse fato colaborou demais para a minha total insegurança e carência naquele momento. Penso ter superado logo aquele trauma, mas quem pode me garantir?
E o que dizer do "criança não tem querer"!? Chego a ouvir a voz da minha mãe proferindo tal violência aos meus ouvidos e direitos, ainda que criança. Onde podemos ouvir tal declaração nos dias de hoje, quando respeitamos os filhos desde que chegam ao mundo, ouvindo, acatando e, por que não dizer, mutas vezes aprendendo com eles?
Um simples olhar da minha mãe e eu já entendia que tinha que sair da sala porque o assunto era para adultos; que eu deveria me levantar daquele lugar imediatamente para que ele fosse cedido para outro, enfim. Uma educação basicamente repressora e autoritária, sem lugar nos dias de hoje. Não vou entrar no mérito da justa medida que a educação deve receber, mas ora, vamos combinar, esse tipo de exigência é absurdamente radical e ultrapassado na vida moderna.
Uma outra frase repetida a mais não poder às crianças, era "coma tudo, quero ver esse prato limpinho"!.... e lá íamos nós, muitas vêzes sem vontade alguma de engolir o que ainda restava lá, isso sem contar as vêzes que éramos obrigados a comer coisas que não agradavam ao nosso paladar! Tem gente que ficou tão traumatizada por passar situações desse tipo, que nunca mais conseguiu comer isso e aquilo. Não me lembro dessa vivência, graças aos céus, pelo menos isso!, e muito ao contrário, hoje como de tudo, incluindo o que não gostava naqueles tempos.
Enfim, o tempo passa, as coisas mudam, as pessoas idem. Hoje, é até educado não 'raspar' o prato. É de bom tom comer pouco, se servir com comedimento, de preferência abandonar a mesa antes de se sentir saciado. Mas quando estou diante de uma comida que me faz até sentir água na boca, daquelas que fazem parte da minha lista de preferências...
tudo que eu quero é me lembrar da minha mãe me mandando raspar o prato pra eu ficar forte!
E aí não tem dieta nem culpa que me segure; eu meto o pé direto nessa jaca, e me sinto feliz por poder exercer meus direitos a hora que me der vontade! Pensando bem, nem tudo foi tão
absurdo assim...
Não sou muito de memórias por demais passadas, pouco me lembro da minha infância senão flashes, mas algumas coisas, virou-mexeu, vêm à minha tela mental e quase me fazem ter o mesmo sentimento vivido naquele dia lá atrás.
Um fato em especial eu nunca esqueci porque sou libriana, e injustiças não me agradam nem um pouquinho: brincando na área livre atrás da casa de meus avós, onde roupas branquíssimas pegavam sol penduradas na corda, meu primo e eu corríamos entre as roupas segurando um daqueles lápis que, se você molhasse na língua, soltava uma tinta azul bem forte, que era legal para desenhar ou mesmo escrever. Não sei que diabos nos levou a correr entre aquelas camisas brancas com as mãos no alto da cabeça, segurando os ditos lápis. Só sei que numa dessas o lápis da mão do meu primo esbarrou numa daquelas camisas, o que me fêz entrar em pânico e me congelar no mesmo instante. Ele me acusou, me atribuindo a culpa pelo incidente. De dentro de casa veio minha tia, que aceitou a versão dele e ficou muito chateada com o acontecido, ainda mais que a camisa era do namorado dela. Resumindo : eu, congelada por muito tempo, não consegui me defender daquela injustiça cometida contra mim e fiquei arrasada, me sentindo aquela mosquinha que pousa no cocô do cavalo. Papai e mamãe estavam viajando pra fora, e esse fato colaborou demais para a minha total insegurança e carência naquele momento. Penso ter superado logo aquele trauma, mas quem pode me garantir?
E o que dizer do "criança não tem querer"!? Chego a ouvir a voz da minha mãe proferindo tal violência aos meus ouvidos e direitos, ainda que criança. Onde podemos ouvir tal declaração nos dias de hoje, quando respeitamos os filhos desde que chegam ao mundo, ouvindo, acatando e, por que não dizer, mutas vezes aprendendo com eles?
Um simples olhar da minha mãe e eu já entendia que tinha que sair da sala porque o assunto era para adultos; que eu deveria me levantar daquele lugar imediatamente para que ele fosse cedido para outro, enfim. Uma educação basicamente repressora e autoritária, sem lugar nos dias de hoje. Não vou entrar no mérito da justa medida que a educação deve receber, mas ora, vamos combinar, esse tipo de exigência é absurdamente radical e ultrapassado na vida moderna.
Uma outra frase repetida a mais não poder às crianças, era "coma tudo, quero ver esse prato limpinho"!.... e lá íamos nós, muitas vêzes sem vontade alguma de engolir o que ainda restava lá, isso sem contar as vêzes que éramos obrigados a comer coisas que não agradavam ao nosso paladar! Tem gente que ficou tão traumatizada por passar situações desse tipo, que nunca mais conseguiu comer isso e aquilo. Não me lembro dessa vivência, graças aos céus, pelo menos isso!, e muito ao contrário, hoje como de tudo, incluindo o que não gostava naqueles tempos.
Enfim, o tempo passa, as coisas mudam, as pessoas idem. Hoje, é até educado não 'raspar' o prato. É de bom tom comer pouco, se servir com comedimento, de preferência abandonar a mesa antes de se sentir saciado. Mas quando estou diante de uma comida que me faz até sentir água na boca, daquelas que fazem parte da minha lista de preferências...
tudo que eu quero é me lembrar da minha mãe me mandando raspar o prato pra eu ficar forte!
E aí não tem dieta nem culpa que me segure; eu meto o pé direto nessa jaca, e me sinto feliz por poder exercer meus direitos a hora que me der vontade! Pensando bem, nem tudo foi tão
absurdo assim...
segunda-feira, 16 de janeiro de 2012
Remexendo meus papéis...
...encontrei essa carta que escrevi para meu filho quando ele completou os 18 anos, há 1 ano e meio. Posto para vocês, que podem se identificar, como mães ou como filhos, com o que vai nela.
Meu filho, nosso roqueiro e futuro doutor :
Não há como fugir ao clichê: parece que foi ontem...
Em 15 de Julho de 92, saímos eu, seu pai e sua vó Nita, da Casa de Saúde São José, carregando com muito orgulho e cuidado um embrulhinho novo, cheirosinho e ainda muito misterioso pra nós. Ele nos tinha sido entregue sem bula nem instruções depois de 9 meses e um pouquinho mais de pura ansiedade e questionamentos nossos. Dentro desse embrulhinho estava você, que segurávamos ainda um tanto sem jeito mas já com todo o amor dessa vida. Amor e esperança de uma vida nova, agora a três, uma vida que acenava com muita alegria e também muitas inseguranças, medos, dúvidas e responsabilidades.
Saímos então com você naquele pacotinho rumo a casa da vovó, onde passaríamos o próximo mês aprendendo e aproveitando da experiência que ela já possuía depois de 3 presentinhos igualmente recebidos com muito amor. No encantamento que aquele momento nos envolvia, acabamos até por esquecer a tv na mureta de entrada da maternidade.
Você começou nos dando uma surra, moleque. Uma surra em altos decibéis, um choro quase contínuo por nada, por tudo, por 6 meses seguidos. Você chorava demais; seu tio e padrinho chamava você de máquina de fazer lágrimas! Mas essa fase passou, assim como tantas que vieram e se foram. Todas as etapas que uma criança sadia e inteligente vive, você viveu. E em cada uma nos surpreendeu e nos deu uma canseira... mas aí outra fase começava e lá íamos nós!!! Algumas fases gostaríamos que pudessem se repetir. Dá uma saudade danada quando pego fotos suas e me lembro da sua voz de criança e sua dependência total (e deliciosa) de nós.
Bem, daí você cresceu, nos encantou mais e mais a cada dia, e num belo fim de tarde recemos um novo pacotinho, um novo amor pra nós três, um companheirinho que de início te provocou indiferença, depois carinho, depois posse, depois ciúme, mas que agora, finalmente, (e eu posso afirmar com toda a segurança, ainda que os dois neguem com todas as forças...), se tornou o seu MELHOR AMIGO!
Agora você é um rapaz, faz barba, alcançou alguma maturidade, tem outros e variados focos na vida, mas continua nosso, ainda que não entenda isso e nós custemos a aceitar que não é bem assim...
Continua berrando e chorando muito, mas agora em forma de questionamentos, palavras ríspidas, rebeldias sem causa, revoltas que nascem do nada, e uma ilusória certeza de saber tudo, que não vai demorar muito a se transformar em conclusão do quão pouco você sabia...
Hoje na faculdade ( e quando penso nisso até me assusto), foi com grande orgulho que recebemos os tantos e tantos parabéns pelo seu excelente desempenho nos vestibulares que prestou. Você foi realmente 10! (e, não custa lembrar, o primo que mais se destacou até hoje no ranking familiar)
Agora os 18 anos!!! (mais uma vez me pego assustada de como o tempo passou rápido sem a gente se dar conta) Uma nova fase, uma nova etapa, e essa também vai passar.
Vá com calma, não queira viver tudo de uma só vez. Sua história está apenas começando e ela vai ser linda, com certeza. Mas vai depender só de você, por isso queremos te pedir, seu pai e eu, que viva a vida de forma a exercer MUITO: a generosidade, a solidariedade, o amor ao próximo, o respeito ao outro e principalmente aos mais velhos. Faça tudo o que fizer muito bem, tirando o melhor de você, aprendendo com a experiência, sendo sempre humilde e querendo o bem de todos. Seja amigo dos seus amigos, carinhoso e presente com sua família, e não se esqueça jamais que ela é a base de tudo.
Não se apegue demais ao dinheiro nem a objetos que vêm e que vão. Desejamos, é claro, que alcance o sucesso profissional e possa viver com conforto. Mas sua fortuna maior e certa estará naquilo que for construído na honestidade, no amor, na amizade, no afeto e no companheirismo.
Seja feliz, meu filho, é tudo que queremos pra você!
Mamãe (+ papai e seu irmão)
13 de Julho de 2010
Meu filho, nosso roqueiro e futuro doutor :
Não há como fugir ao clichê: parece que foi ontem...
Em 15 de Julho de 92, saímos eu, seu pai e sua vó Nita, da Casa de Saúde São José, carregando com muito orgulho e cuidado um embrulhinho novo, cheirosinho e ainda muito misterioso pra nós. Ele nos tinha sido entregue sem bula nem instruções depois de 9 meses e um pouquinho mais de pura ansiedade e questionamentos nossos. Dentro desse embrulhinho estava você, que segurávamos ainda um tanto sem jeito mas já com todo o amor dessa vida. Amor e esperança de uma vida nova, agora a três, uma vida que acenava com muita alegria e também muitas inseguranças, medos, dúvidas e responsabilidades.
Saímos então com você naquele pacotinho rumo a casa da vovó, onde passaríamos o próximo mês aprendendo e aproveitando da experiência que ela já possuía depois de 3 presentinhos igualmente recebidos com muito amor. No encantamento que aquele momento nos envolvia, acabamos até por esquecer a tv na mureta de entrada da maternidade.
Você começou nos dando uma surra, moleque. Uma surra em altos decibéis, um choro quase contínuo por nada, por tudo, por 6 meses seguidos. Você chorava demais; seu tio e padrinho chamava você de máquina de fazer lágrimas! Mas essa fase passou, assim como tantas que vieram e se foram. Todas as etapas que uma criança sadia e inteligente vive, você viveu. E em cada uma nos surpreendeu e nos deu uma canseira... mas aí outra fase começava e lá íamos nós!!! Algumas fases gostaríamos que pudessem se repetir. Dá uma saudade danada quando pego fotos suas e me lembro da sua voz de criança e sua dependência total (e deliciosa) de nós.
Bem, daí você cresceu, nos encantou mais e mais a cada dia, e num belo fim de tarde recemos um novo pacotinho, um novo amor pra nós três, um companheirinho que de início te provocou indiferença, depois carinho, depois posse, depois ciúme, mas que agora, finalmente, (e eu posso afirmar com toda a segurança, ainda que os dois neguem com todas as forças...), se tornou o seu MELHOR AMIGO!
Agora você é um rapaz, faz barba, alcançou alguma maturidade, tem outros e variados focos na vida, mas continua nosso, ainda que não entenda isso e nós custemos a aceitar que não é bem assim...
Continua berrando e chorando muito, mas agora em forma de questionamentos, palavras ríspidas, rebeldias sem causa, revoltas que nascem do nada, e uma ilusória certeza de saber tudo, que não vai demorar muito a se transformar em conclusão do quão pouco você sabia...
Hoje na faculdade ( e quando penso nisso até me assusto), foi com grande orgulho que recebemos os tantos e tantos parabéns pelo seu excelente desempenho nos vestibulares que prestou. Você foi realmente 10! (e, não custa lembrar, o primo que mais se destacou até hoje no ranking familiar)
Agora os 18 anos!!! (mais uma vez me pego assustada de como o tempo passou rápido sem a gente se dar conta) Uma nova fase, uma nova etapa, e essa também vai passar.
Vá com calma, não queira viver tudo de uma só vez. Sua história está apenas começando e ela vai ser linda, com certeza. Mas vai depender só de você, por isso queremos te pedir, seu pai e eu, que viva a vida de forma a exercer MUITO: a generosidade, a solidariedade, o amor ao próximo, o respeito ao outro e principalmente aos mais velhos. Faça tudo o que fizer muito bem, tirando o melhor de você, aprendendo com a experiência, sendo sempre humilde e querendo o bem de todos. Seja amigo dos seus amigos, carinhoso e presente com sua família, e não se esqueça jamais que ela é a base de tudo.
Não se apegue demais ao dinheiro nem a objetos que vêm e que vão. Desejamos, é claro, que alcance o sucesso profissional e possa viver com conforto. Mas sua fortuna maior e certa estará naquilo que for construído na honestidade, no amor, na amizade, no afeto e no companheirismo.
Seja feliz, meu filho, é tudo que queremos pra você!
Mamãe (+ papai e seu irmão)
13 de Julho de 2010
sexta-feira, 6 de janeiro de 2012
Mudanças...
: Nunca fui de resoluções de ano novo, mas esse ano resolvi diferente: vou anotar meus planos e projetos para 2012 e tentar realizar o máximo possível. Estou levando fé nesse moço, os ventos me dizem que sim e eu me digo: vai! Quero que seja meu ano da mudança, de arregaçar as manguinhas e sair do lugar. Mudar, a palavra chave!
Eu adoro. Adoro mudar coisas de lugar, tirar, botar, reinventar. Adoro mudar a rotina, sair da mesmice, conhecer lugares e pessoas novas. Mudar de casa. Mudar a casa. Copos, pratos, até a escova de dente! Quando tudo aqui em casa está faz tempo no mesmo lugar, eu já começo mentalmente a imaginar e a rabiscar um novo desenho para aquela velha configuração. Tirando aquilo que não dá para fisicamente sair do lugar que está, eu mexo, tiro, ponho, mudo, troco e ao final fico olhando, encantada, a minha obra. Junto às mudanças vêm a faxina, o desapego, que pratico muito e com a maior facilidade. Dizem que a energia não pode ficar estagnada, que as coisas têm que circular, mudar de mãos e de lugar. Sacos e sacos são tirados nas minhas faxinas e com eles vai a sensação de acúmulo, de desordem, de "desnecessidade". Pra que juntar tanta coisa inútil? Adoro essa reversão, o "desjuntar", o não-guardar-mais. Roupas que já não cabem, objetos que não têm mais serventia, coisas que mal funcionam, supérfluos que só fazem abarrotar gavetas, peças repetidas, coisas que eu já curti um dia, que já passarm de moda, que já me fizeram feliz, não mais.
Mas nem tudo é festa, nem tudo é fácil. Há muita coisa que preciso alterar e pra essas já não me sinto tão pronta assim. Coisas de dentro, que quando encontram as de fora, nem sempre me dão satisfação nem coerência. Coisas que não me fazem feliz, que precisam de novo ângulo de visão e novas ações, que gritam por transformação e que tamborilam na minha cabeça como a campainha de uma porta que nunca se abre. Cada ano que termina me traz essa sensação de tudo igual. A balança pende sempre pro lado do que faltou fazer, redefinir sem medo. Do que faltou encarar.
Mudar móveis e fazer a faxina/desapego é muito fácil. Por alguns dias consigo até achar que consegui, que tudo ficou muito melhor e mais claro e eu, nossa!, tão mais feliz!
Mais do que gostar, eu preciso disso.
Arrumar e organizar por fora o que é tão complicado reconstruir lá dentro.
Feliz ano de boas mudanças pra você!!!!
Eu adoro. Adoro mudar coisas de lugar, tirar, botar, reinventar. Adoro mudar a rotina, sair da mesmice, conhecer lugares e pessoas novas. Mudar de casa. Mudar a casa. Copos, pratos, até a escova de dente! Quando tudo aqui em casa está faz tempo no mesmo lugar, eu já começo mentalmente a imaginar e a rabiscar um novo desenho para aquela velha configuração. Tirando aquilo que não dá para fisicamente sair do lugar que está, eu mexo, tiro, ponho, mudo, troco e ao final fico olhando, encantada, a minha obra. Junto às mudanças vêm a faxina, o desapego, que pratico muito e com a maior facilidade. Dizem que a energia não pode ficar estagnada, que as coisas têm que circular, mudar de mãos e de lugar. Sacos e sacos são tirados nas minhas faxinas e com eles vai a sensação de acúmulo, de desordem, de "desnecessidade". Pra que juntar tanta coisa inútil? Adoro essa reversão, o "desjuntar", o não-guardar-mais. Roupas que já não cabem, objetos que não têm mais serventia, coisas que mal funcionam, supérfluos que só fazem abarrotar gavetas, peças repetidas, coisas que eu já curti um dia, que já passarm de moda, que já me fizeram feliz, não mais.
Mas nem tudo é festa, nem tudo é fácil. Há muita coisa que preciso alterar e pra essas já não me sinto tão pronta assim. Coisas de dentro, que quando encontram as de fora, nem sempre me dão satisfação nem coerência. Coisas que não me fazem feliz, que precisam de novo ângulo de visão e novas ações, que gritam por transformação e que tamborilam na minha cabeça como a campainha de uma porta que nunca se abre. Cada ano que termina me traz essa sensação de tudo igual. A balança pende sempre pro lado do que faltou fazer, redefinir sem medo. Do que faltou encarar.
Mudar móveis e fazer a faxina/desapego é muito fácil. Por alguns dias consigo até achar que consegui, que tudo ficou muito melhor e mais claro e eu, nossa!, tão mais feliz!
Mais do que gostar, eu preciso disso.
Arrumar e organizar por fora o que é tão complicado reconstruir lá dentro.
Feliz ano de boas mudanças pra você!!!!
quinta-feira, 24 de novembro de 2011
Piquenique
Disseram que ia chover naquele domingo.Também teve gente dizendo que não ia comparecer, mas ânimos imbuídos de muito pensamento positivo fizeram com que todas as notícias não se confirmassem, oba! Tá certo, o dia não estava radiante, mas o ventinho trazia bons fluidos e o céu, ainda que nublado, deixou até passar um solzinho tímido para nos dar garantia de um dia excelente para o nosso encontro. Êta São Pedro maneiro...
E assim fomos chegando, as toalhas se estendendo, guloseimas se espalhando pelo xadrez, falatório aumentando, encontros... em poucos minutos já éramos donos daquele pedaço debaixo daquela árvore; nossa, há quanto tempo...
Eu gosto de família fora do porta-retrato, sabe!!? Gosto de juntar tudo, misturar, dar risada, contar e ouvir causos. Gosto de juntar as diferenças, observar distinções, ver como tudo se encaixa e todos, cada um com a sua medida, se entendem. Vidas são atualizadas porque o dia a dia muitas vezes distancia. Tipos habitualmente menos interativos se soltam e se revelam.Outros tipos se confirmam e isso pode ser bom ou não, mas juntar é isso mesmo: um exercício de convivência e sobretudo respeito.
As afinidades perenes são logo percebidas, outras começam a surgir daquele encontro, e outras podem até se desfazer porque a vida não pára e nada é para sempre... De perto, todo mundo é normal, mas algumas coisas passam por uma lente de aumento que pode trazer mudanças benéficas ou avassaladoras. Ainda assim, juntar é bom, e nosso dia foi perfeito de gostoso. As crianças subiram nas árvores como miquinhos felizes, brincaram na água do mar sem roupa de banho num delicioso improviso, puseram os pezinhos na terra e correram atrás das pombinhas. Os mais velhos deitaram-se nas cangas num relaxamento gostoso, esticaram-se em cadeiras de praia, bebidinhas e papinhos animados bem à mão.
Não faltaram, é claro, as piadas, as zoações e as palhaçadas. Inspiramos, com certeza, muitas pessoas que passaram por nós. Ensinamos nossas crianças que família é tudo e que é muito bom ficar junto dela. Crescendo assim elas saberão passar pra frente esses bons valores.
O dia passou rápido, a comida foi muita, exageramos na dose! Hora de ir embora e o vuvo-vuco da "desarrumação" também foi parte divertida, e o tempo, agora sim, querendo mudar e anunciando chuva pra daqui a pouquinho. Alimentos distribuídos, guardados, toalhas dobradas, cadeiras e cangas recolhidas.
E lá fomos nós rumo ao estacionamento guardar toda aquela tralha em nossos porta-malas, momentos felizes em nossos corações e lembranças, e depois...correr pra casa antes que a água caísse. E não é que tudo se encaixou no tempo certo? Assisti e curti aquela chuvarada já da poltrona da sala, sorrindo de contente porque nosso dia tinha sido muito bom. Valeu, São Pedro!
Pedidos e promessas de um piquenique 2 já acontecem e já tem gente da família que mora longe querendo comparecer ao próximo. Quanto mais família, melhor. Eu abraço a idéia, porque se tem uma coisa que eu adoooooro é juntar gente, principalmente gente que me faz feliz.
E assim fomos chegando, as toalhas se estendendo, guloseimas se espalhando pelo xadrez, falatório aumentando, encontros... em poucos minutos já éramos donos daquele pedaço debaixo daquela árvore; nossa, há quanto tempo...
Eu gosto de família fora do porta-retrato, sabe!!? Gosto de juntar tudo, misturar, dar risada, contar e ouvir causos. Gosto de juntar as diferenças, observar distinções, ver como tudo se encaixa e todos, cada um com a sua medida, se entendem. Vidas são atualizadas porque o dia a dia muitas vezes distancia. Tipos habitualmente menos interativos se soltam e se revelam.Outros tipos se confirmam e isso pode ser bom ou não, mas juntar é isso mesmo: um exercício de convivência e sobretudo respeito.
As afinidades perenes são logo percebidas, outras começam a surgir daquele encontro, e outras podem até se desfazer porque a vida não pára e nada é para sempre... De perto, todo mundo é normal, mas algumas coisas passam por uma lente de aumento que pode trazer mudanças benéficas ou avassaladoras. Ainda assim, juntar é bom, e nosso dia foi perfeito de gostoso. As crianças subiram nas árvores como miquinhos felizes, brincaram na água do mar sem roupa de banho num delicioso improviso, puseram os pezinhos na terra e correram atrás das pombinhas. Os mais velhos deitaram-se nas cangas num relaxamento gostoso, esticaram-se em cadeiras de praia, bebidinhas e papinhos animados bem à mão.
Não faltaram, é claro, as piadas, as zoações e as palhaçadas. Inspiramos, com certeza, muitas pessoas que passaram por nós. Ensinamos nossas crianças que família é tudo e que é muito bom ficar junto dela. Crescendo assim elas saberão passar pra frente esses bons valores.
O dia passou rápido, a comida foi muita, exageramos na dose! Hora de ir embora e o vuvo-vuco da "desarrumação" também foi parte divertida, e o tempo, agora sim, querendo mudar e anunciando chuva pra daqui a pouquinho. Alimentos distribuídos, guardados, toalhas dobradas, cadeiras e cangas recolhidas.
E lá fomos nós rumo ao estacionamento guardar toda aquela tralha em nossos porta-malas, momentos felizes em nossos corações e lembranças, e depois...correr pra casa antes que a água caísse. E não é que tudo se encaixou no tempo certo? Assisti e curti aquela chuvarada já da poltrona da sala, sorrindo de contente porque nosso dia tinha sido muito bom. Valeu, São Pedro!
Pedidos e promessas de um piquenique 2 já acontecem e já tem gente da família que mora longe querendo comparecer ao próximo. Quanto mais família, melhor. Eu abraço a idéia, porque se tem uma coisa que eu adoooooro é juntar gente, principalmente gente que me faz feliz.
quarta-feira, 23 de novembro de 2011
O escuro às vezes ilumina...
O que eu vou dizer é mais do que lógico, mas caraca!, tudo é muito bom quando funciona, não é mesmo? Carro quando enguiça é uma merda, máquina de lavar roupas me desespera quando dá pití, a água quando falta promove um atraso na vida geral. A luz também, se bem que ainda acho menos pior que a falta d’água, porque na ausência da energia a gente acaba obrigado a ficar longe do computador, da tv e e de outros eletroviciantes que mandam e desmandam na vida de uma grande maioria de pessoas. Daí a gente procura um livro (se for à noite, com vela), vai pra janela ver o movimento na rua, presta atenção na agitação dos carros e pedestres e, de repente, todos da casa estão sentados no sofá à espera da luz, e assim acaba acontecendo uma reunião da família onde assuntos são colocados em dia e...nossa!, que gostoso uma noite assim diferente!!!
No último longo blackout que o Rio viveu, aconteceu exatamente assim aqui em casa. Fazia muito calor e, sem poder apelar para os ventiladores, escancaramos o janelão da sala, nos espalhamos nos sofás e começamos a papear, sem pressa, sem compromisso, sem relógio. Nem me lembro se acabamos indo pra cama ainda sem luz ou se ela voltou em algum momento; o fato é que foi uma noite tão gostosa e desigual de qualquer outra, de risadas e causos contados, que meu filho, no dia seguinte, nos sugeriu fazer uma “noite de blackout” a cada mês, onde desligaríamos todos os aparelhos da casa, apagaríamos as luzes, acenderíamos velas e ficaríamos conversando no sofá acho que...como antigamente, quando nenhum aparelho desses existia para nos afastar uns dos outros dentro de uma mesma casa!
No subúrbio me parece que ainda existe o hábito de algumas famílias se reunirem para uma conversa no portão de casa, pra onde levam suas cadeiras e ali se põem a jogar conversa fora ...
Bem, vou confessar que estou sem internet há algumas horas; terminei um trabalho manual, recebi uma colega querida aqui em casa, lanchamos juntas e agora que ela se foi e eu já fiz tudo que pensei ter pra fazer, começo a ficar chateada porque não posso colocar minha vida online em dia. Tudo bem que não fico doente por causa disso e logo acho o que movimentar, mas que fica faltando alguma coisa no dia de hoje, claro que fica!
Não sou por uma posição radical. Gosto das máquinas, elas nos auxiliam sobremaneira, mas não podem nos dominar. Que funcionem sempre que precisarmos, que nos ensinem, nos divirtam, nos informem, nos ajudem. Mas que não nos enfraqueçam, nos ceguem ou paralizem a ponto de precisarmos marcar na agenda a tal “noite de blackout” para que possamos nos reunir no sofá da sala com nossos filhos, maridos e esposas apenas para olharmos uns para os outros com um pouquinho mais de atenção!!!
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