... e muda. Como muda!!!
Todo dia o espelho do banheiro me faz o favor de lembrar dessa desgraça. Cadê aquela barriguinha que já esteve aqui? A bundinha antes de baixar um nível e dar uma ligeira descalibrada, cadê, cadê? O peito feliz, alto astral, agora cabisbaixo...cadê? Onde foram parar todos vocês, meus???
Tenho uma prima que tinha a barriga pra dentro quando éramos mocinhas. Lisa, chegava a fazer um depressão entre os ossos do quadril. Eu já invejava aquela barriguinha desde então porque a minha sempre foi normal, no lugar, mas existia. Timidamente, mas existia, a dela não. Era uma beleza. Apesar de tudo, se me lembro bem, ela não gostava daquilo, se achava magra demais. É sempre assim, não é? Bem, hoje estamos aí com as nossas barriguinhas mudadas e acho que daríamos um dedo ou mais para resgatarmos aquelas lá de trás. O fato é que a embalagem muda. O conteúdo vai ficando mais rico e safo, mas a embalagem muitas vêzes não valoriza o que está por dentro. E embalagem é tudo, vamos combinar.
Por enquanto, apesar das constatações no espelho na hora do banho, ainda me sinto bem apesar de. E não tenho vontade (ainda) de trocar as peças originais. O máximo a que me permito é uma marroquina nas madeixas para tirar o volume e unhas fake quando as naturais não vão bem, o que aliás não acontece agora: combinando com o meu astral mais recente, elas estão muito bem, obrigada.
Muitas lanternagens não dão certo e tem muita gente por aí pra nos provar isso. A mulherada está toda com boca de peixe e bochechas de Fofão. Algumas já não entristecem ou demonstram alegria, susto ou medo. Expressão facial única e eterna. Os peitos parecem querer explodir a qualquer momento e há quem diga que o toque não é agradável. Prefiro os soutiens com aro e bojo, pra mim está bem assim, resolve.
Então o corpo muda, alarga, perde a firmeza, ganha bochechinhas, pochetinhas, furinhos, código de barras, linhas e áreas bem fofas, mas...é o que temos, é nosso e é autêntico (o meu, pelo menos). Dá saudade? Dá melancolia, desgosto, ainda que passageiro? Dá, dá, dá. Depois dos 50 não minto nem pra mim mesma. Mas aí eu saio rapidinho da frente do espelho, entro logo num modelito que me esconda e beneficie e... vai te catar, espelho meu!!!!
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