terça-feira, 29 de março de 2011

Caraca, apagaram a luz!!!!!

               Ouvi muitas vêzes que depois dos 40 a gente começa a enxergar mal. Ainda trintando, era assunto que nem fazia parte dos preferidos. Cresci vendo mãe e pai usando óculos, tias, vizinhas, alguns primos (precocemente), alguns poucos amigos (idem), até um menino por quem eu me interessei lá pelos 13 anos e por quem meu coração bateu forte e em quem eu dei o primeiro beijo, usava um. E dos fortes, dizia-se 'fundo de garrafa'. E ele era feinho, o pobrezinho. Até hoje não entendo como ainda tive que disputá-lo com outra garota. Primeira paixão, ai, ai (suspiro)!... mas que não durou nem mais uma noite depois do tal primeiro beijo: ele 'na lata' me disse que eu não sabia beijar!, mas... como assim, garoto horroroso? Tomara use óculos até hoje e ainda tenha ficado pra sempre com a garota esquisita. 
                Mas eu queria mesmo falar é sobre o que é quarentar e dar de cara com a novidade, do jeitinho exato que me falavam. Mal acreditei quando, dia seguinte aos meus 40, acordei e tudo já me pareceu nublado. Fiquei desconfiada e levei algum tempo pra elaborar tal informação visual...
Era o braço que precisava levar o livro para mais longe, a comida embaçada no prato,  todos os dedinhos sangrando depois de fazer minhas unhas, os braços ficando curtos...opa! Aí tem!
Questão de dias e lá estava eu saindo da ótica toda prosa com os meus primeiros óculos de grau, vendo o mundo mais bonito e luminoso!!!!!!
                Mas o que começou com alegria e alívio era apenas o início de uma dependência aflitiva. "Vista cansada"!_ sentenciou meu primeiro oftalmo. E com o tempo aquela vista cansada se tornou muito cansada, depois exausta, depois esgotada, até que entrou em estafa e nunca mais se recuperou sem a ajuda luxuosa da coleção de óculos que praticamente passou a  fazer parte da decoração da minha casa. Era óculos pra perto, para um pouquinho mais longe, óculos para ver televisão, para usar na frente do computador, para ver vitrines, para ler rótulos e validades dos produtos no supermercado e até óculos para emprestar para amigas que já começavam a nublar mas que fingiam não entender a mensagem, saca? Armações vermelhas, douradas, tartaruga, azuis,  óculos na sala, no banheiro, no carro, na bolsa, e tira óculos, e põe óculos, e óculos escorregando, óculos me enchendo o saquinho, e eu não fazendo mais nada com o nariz livre, e eu às vêzes no salto e toda toda mas... COM ELES! Socooooorro, quem merece!!!??
                 Voltei a enxergar cor-de-rosa quando soube que poderia usar lentes de contato! Uma nova estrada se abriu à minha frente e eu já quase não andava, flutuava! A vontade de me livrar DELES era tanta que minha adaptação foi zás-trás e bumba! Uma nova mulher  a partir daquele dia, há exatos 11 mêses e 2 dias, como poderia eu esquecer?     
                 Agora já posso caprichar na maquiagem e saber o que estou fazendo. Bem, é certo que usar lentes te exige atenção e coloca limites, mas quem liga pra isso? Já rasguei lente, já joguei lente fora sem querer, já dormi de lentes e fui encontrar uma delas debaixo da cama quando acordei , e comi o pão do diabo quando resolvi viajar de avião por muitas horas com elas.  Fazer...? Ainda assim vale a pena e eu já não me imagino sem. 
                  Portanto marido, amigas e primas que custam a assumir a nova condição e visão do mundo depois de quarentar: levem seus óculos consigo aonde forem. Esse negócio de pedir óculos emprestado é tão chato quanto pedir um trago do cigarro do outro, tá bom?
Pra mim tá ótimo assim!!!!!!
Me aguardem depois da coragem de experimentar as azuis, uis!!!

Um comentário:

  1. Eu uso uma lente descartavel chamada "night and day", da Ciba Vision. Ela fica nos meus olhos por 30 dias direto, sem tirar pra limpar nem pra dormir. Nem todos os oftalmologistas aprovam isso, mas eu ja usei varios tipos e marcas de lentes e essa foi a que se adaptou melhor aos meus olhos. Recomendo.

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