Digam, por favor, que sentiram saudades. Preciso ouvir, tô carente. Tenho estado tão carente, mas tão carente, que praticamente já posso, quando preencher um formulário, tascar um CARENTE onde pedem o meu estado civil. Caraca. Será que isso é sério? Você que também já cinquenta, se sente assim como eu?
Ai, os cinquenta... trazem tantas novidades! Mais sensibilidade (daí a carência?), mais vulnerabilidade, um cansaaaaaço, às vêzes um tééééédio..., um calooooor, questionamentos, reflexões, ...ah!, e dores, muitas dores no corpo!!!!
Há momentos em que estou ótima, normalmente durante o dia. Sair da cama requer todo um preparo antes de deixar o colchão. Alonga, compensa, respira, estica, pensa positivo, mentaliza, alonga mais, pode gemer, pensa nas tarefas do dia, ui que desânimo, nã nã ni nã não, nada disso, positivo, vai, respira fundo, mais uma alongaaaada.... pronto, agora pula daí (e sai de ladinho), depois do café melhora muito! E aí o dia vai bem, feliz e leve (ahãm), eu daqui pra lá, de lá pra cá, pedalo, faço compras, bato coxinha, é pilates, hora no dentista, internet, acupuntura, consultas médicas, amigas, administração da casa, adolescentes em fúria, empregada, cardápio, roupa suja, conta pra pagar, pra conferir, pra contestar,ufa. E então chega à noite e toda aquela bateria que eu carreguei lá ainda em cima do colchão parece ir se esvaindo lenta e totalmente à partir do Jornal Nacional. Daí pra fente a vontade é só de horizontal; parece que a força da gravidade está nesse momento toda concentrada nos meus sofás e cama me puxando como grandes imãs e aí não tenho outro jeito senão obedecer ao corpitcho e fazer o que ele pede. Afinal, eu tô carente. Além disso, tudo vai me parecer muito melhor depois do café da manhã de amanhã...
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